O cortisol matou a poesia
Depois de uma semana tão excruciante, sinto um vazio silencioso na mente e no peito que me tolhe os versos e as melodias. Há apenas a vontade de descansar sob os efeitos de um ansiolítico que nem possuo, até que amanheçam o dia e minh'alma. Fosse há 10 anos, buscaria refúgio em um happy hour regado a copos de Chopp e músicas vagabundas, na companhia de amigos, colegas e de estranhos. Fosse há dois anos, tentaria espairecer sob a tela gigante de um cinema ou divagar ao som de Chico, Belchior ou Sérgio Sampaio, enquanto dava uns tragos num charuto, num vinho ou num whisky, em boa companhia. Mas hoje me falta ânimo e saúde pra arriscar uma ressaca. Até as lágrimas me faltam. Talvez porque me seria muito custoso emocionalmente voltar a escrever os versos malditos de outrora, me resta só esse silêncio vazio da mente e do peito, que me tolhe a criatividade e a inspiração pras rimas e pra cadenciadas frases de efeito e que se expressa apenas através dessa verborragia a pretexto de de desa...