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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Fuga

Era terça de carnaval, quase meia noite, quando os mascarados se encontraram. Ele de fantasma da ópera e ela de cisne negro. Por não tê-la reconhecido por trás da maquiagem e da máscara negra, perguntou: Quem é você? Contudo, seja por ter entendido ser outro o objetivo da pergunta ou por simples desejo de manter o mistério de sua identidade, ela respondeu apenas: o Cisne negro. Ele sorriu e não insistiu na inquirição. Nem era de fumar, mas, ah porra!, era carnaval. Pediu, então, para ela, como Oswald o faria: Me dá um cigarro? Sem que ele soubesse se era para conservar o maço ou por alguma intenção seduzente, ela lhe ofereceu aquele já aceso que fumava. Ele pode sentir um pouco do seu doce hálito quando tocou os lábios na marca de batom que ela deixara no filtro e o trago desceu como um suspiro. Ante a súbita precipitação da chuva, ele, meio que sem pensar, estendeu sobre ela a capa de sua fantasia. Ocasião em que ela percebeu que, ao contrário da sua, que revelav...