Translúcidos silêncios
I É uma das coisas boas de trabalhar com produção de resultado: fazer a própria jornada e poder se permitir “sextar” logo ao meio dia do quinto dia útil. Já faz uns anos que deixei de ser daqueles jornalistas que correm a cidade atrás de notícias e passei a ocupar o lugar privilegiado de quem só precisa apresentar uma boa reportagem a cada semana, como a que eu havia acabado de entregar para o editor-chefe. Foi essa liberdade que me permitiu aceitar o convite de uns colegas para uma comemoração da promoção que eles tinham conquistado no nosso jornal, logo no início do ano, pelo bom trabalho que fizeram no anterior. Tive a impressão de ter sido convidado mais na qualidade de um veterano do setor no qual eles tinham recentemente ingressado, mas, ainda assim, topei, por essa afinidade que tenho com pessoas mais jovens e inteligentes que eu. Admirei-me do fato do almoço ter sido marcado no apartamento da Athena, uma das promovidas e entusiastas daquela celebração. No meu tempo,