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Mostrando postagens de julho, 2020

A vida para Francisco

Conheci pessoa muito interessante quando tratei-me da leucemia. Uma criança de nome Francisco, de apenas onze anos, que, assim como eu, tentava se curar daquela maldita doença. Deveria estar na ala da oncologia pediátrica, mas, segundo me explicou, por se quase adolescente e por seu pai ser médico dali do hospital, ambos preferiam que ele recebesse a quimioterapia ali junto aos adultos, para ficar mais perto de onde o pai trabalhava. Eu, de primeira viagem, me impressionei tanto com o carinho das enfermeiras e médicas no tratamento que dedicavam ao garoto – como se se tratasse de um sobrinho ou algum outro familiar mais novo -, quanto com a serenidade de Francisco, que, apesar do cabelo já ralo do tratamento, recebia a medicação sem tirar os olhos da janela de onde se podia ver o bonito jardim do hospital. Pensei em puxar assunto, mas, enquanto pensava em se e como deveria fazê-lo, foi ele quem me interrogou: Sabia que eu não tenho medo de morrer? Era uma pergunta retórica ...