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Mostrando postagens de dezembro, 2017
A dança da sereia I Elena era uma sereia diferente. Como as outras, também era humana da cabeça à cintura e tinha cauda de peixe, era dona de uma estonteante beleza e versada em magias ignoradas ou esquecidas pelos habitantes da superfície. Em verdade, o que a tornava peculiar, era o modo como enfeitiçava os homens, o motivo e a frequência com que o fazia. Suas irmãs, por mera vaidade, enfeitiçavam qualquer rapaz ou senhor desavisado que passasse por perto das águas que elas habitavam entoando belíssimas canções. Até competiam entre si para ver quem delas conseguia atrair mais homens para o fundo do mar. Como era mais enquanto o Sol reinava que os pescadores, marinheiros e banhistas frequentavam aquela praia, durante o dia é que elas emergiam das profundezas. Já Elena, não encantava ninguém por maldade ou vaidade e nem o fazia com sua voz, que também era bela, mas que pouco era ouvida pelos seres terrestres. Ela gostava mesmo era de passar a maior parte do tempo dentro
O Natal improvisado de Bartolomeu I Apesar de já curado da pneumonia, Bartolomeu ainda sentia uma princípio de tosse quando respirava fundo. Ao notar isso, percebeu que foi sábia a ordem do médico de que ele não viajasse para passar o natal com um dos filhos, como fazia todo ano. Dessa vez, eram os filhos quem iriam passar o Natal na casa pequenina em que foram criados. Isto não assustava Bartolomeu. Embora a casa fosse simples demais, se comparada às residências de seus filhos, ele sabia que os meninos não ligavam para isso, tampouco seus cônjuges. O que realmente tirava o sossego de Bartolomeu era o fato de ser a primeira vez que receberia os três filhos juntos para celebrar o Natal depois da esposa ter falecido. Nunca foi um pai ausente, mas era sempre ela quem cuidava dos detalhes práticos das celebrações, tais como os enfeites e os comes e bebes. E o pior, como a restrição médica veio com menos de uma semana de antecedência pro natal e Bartolomeu não andava com muita