A pipa na praia com meu pai
Lembro de uma manhã de domingo na minha infância em que fui com a família para a praia. Além do habitual picolé da Kibon, que me atraía com o sino do carrinho do vendedor, lembro de uma novidade desse dia: meu pai comprou para mim uma pipa - vulgo papagaio - que já estava voando no céu quando a adquirimos. Não vivi a emoção de fazer o objeto colorido alçar voo, e nem sei se conseguiria, mas só me sentir no controle de algo que voava tão alto foi sim uma experiência especial para mim. Não foi isso, entretanto, que me despertou a vontade de fazer este relato. Como a vida não é feita de clichês poéticos, durou pouco meu entusiasmo com a pipa. Antes que eu percebesse, uma outra cortou a linha que a sustentava no ar e ela saiu em queda livre para bem longe com um bando de garotos que eu nem conhecia correndo atrás do meu recém adquirido brinquedo. Fiquei indignado e reclamei para o meu pai o absurdo deles terem atrapalhado o nosso momento cortando a linha da minha pipa e rouband