Momento

Subi alto ao morro que dista do mundo que é meu

Para desacelerar a correnteza do tempo que movimenta os ponteiros e amarela as folhas
E para tirar o olhar do chão e mantê-lo atento ao arco superior da esfera que habito

Quero ver apenas as luzes que mudam e inundam o céu com variadas cores quentes e frias
Do vermelho róseo da infantil aurora ao pontilhado brilhante que perfura a noite

Do amarelo ostensivo da maior estrela em meio dia, ao amarelado branco que azula a noite

Molham os meus olhos essa dança astral
Cansados que estão da brusquidão das coisas
Sei que sonho acordado, enquanto me ausento do mundo que é meu

Aceno àquela que vê mais longe
Sorrindo por saber que não descanso só
Fecho os olhos porque o vento me toca
E, quando o faz, requer atenção detida

Ganho o céu como um anjo que acorda
Que voa só porque sabe o que é vida.

(Felipe Rocha,  18 de maio de 2018)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os tesouros de Lourdes

Carta do mês de aniversário da melhor pessoa do mundo

Carta para meus filhos sobre as esperanças de outubro