Ar... te.

Preciso das cortinas e dos palcos
Da corda pulsando no pescoço enquanto canto

Careço do drama soturno que molha os olhos das moças
Na tela grande de um cinema
Ou na voz de Bethânia

Não me vejo vivo sem os versos que se espalham por meus cadernos
Por minha agenda ou por livros que encontro no sebo
Ou em epígrafes e epitáfios

Sem as cores vivas que o pincel afiado desferiu na tela
Ou as imagens retratadas com tamanha beleza
Que contêm mais vida que muitas pessoas que transitam no mundo

Não resistiria

Mesmo a tristeza parece se esvair em fumaça
nos sentimentos e nos sentidos
Que lhe dão a canção e o poema

Mesmo a morte parece pequena se do luto vem uma flor

Cortem, se assim quiserem, minha cabeça
Mas que nunca, de mim, se ausente
a verve do meu pulsante coração!
(Felipe Rocha, 14 de julho de 2018)

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