Obrigado Caetano
Estava no carro, sinal vermelho.
Ouvi "Tigresa" do Caetano vinda da janela do carro vizinho.
Por estar aberta, pude ouvir a voz de Iara da motorista, que vestia preto, um colar colorido e um rosto belo como pintura envolto por cachos rebeldes.
O coração pulsou forte diante de tanta coisa bonita.
Sentia saudade de um chamego de mulher, de uma mina tigresa e boêmia e queria que fosse ela comigo.
Caso buzinasse, estragaria o momento, pois seria confundido com um macho tarado qualquer.
Puxei caneta e papel do porta-luvas e escrevi rapidinho: "Me encantei por teu canto e teus cachos. Me liga, pelo amor de Deus!".
O sinal abriu, ela seguiu um rumo diverso do meu. Mas, à noite, me ligou.
Depois de nos entrelaçarmos ao som de "Elegia", ela adormeceu com seus cachos em meu peito e com os seios em meu ventre.
Ao tempo em que penso: "já te amo", agradeço Caetano.
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